A mãe natureza
É insensato e paradoxal que nós, humanos, dotados de grande inteligência, sejamos os únicos a degradar o habitat em que vivemos. E em sua reação, a natureza é, a um só tempo, nobre e rude. É agradecida com quem a trata bem, além de ser espontaneamente dadivosa, bela e vivificante. Porém, sabe ser pedagógica, ou até mesmo vingativa, aos 7,3 bilhões de terráqueos: “se persistirem em alterar o equilíbrio ambiental, eu os arruíno”, ela avisa.
Não há mais o benefício da dúvida. O ser humano é o principal indutor do aquecimento global, de secas, inundações, incêndios, furacões e do empobrecimento do solo. Essas catástrofes têm provocado perdas econômicas em escala sem precedentes, que começam a ser inseridas nos radares das grandes seguradoras e fundos de investimento.
O primeiro inventário de emissão de gases de efeito estufa, divulgado em novembro do ano passado pela Gazeta do Povo, demonstra que cada brasileiro é responsável pela produção de 12,2 toneladas de gás carbônico (CO2) por ano, num crescendo de 7,8% ao ano, sendo a principal causa o consumo de combustíveis fósseis. “Sabemos acima de qualquer dúvida que nosso clima está mudando e se tornando mais extremo devido a atividades humanas como queima de combustíveis fósseis”, alerta Michel Jarraud, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, diante do nível recorde de CO2 na atmosfera. Os efeitos reais são visíveis em todos os quadrantes da Terra, como o derretimento dos glaciares, a elevação do mar em 19 cm desde o início do século 20 e o incremento da temperatura média, culminando com a última década mais quente desde 1850.
O desmatamento é a segunda causa de elevação dos níveis dos gases do efeito estufa. De acordo com a revista científica Science, desde 2008 o país perdeu 44 mil quilômetros quadrados de áreas de conservação. De uma das biomassas de maior diversidade do mundo – a Mata Atlântica – restam apenas 7,3% da cobertura original.
No Brasil, as políticas