A moral e seu estudo histórico e comportamental.
A moral para Nietzsche é uma invenção dos fracos, que inverteram o sentido de bom e virtuoso para favorecer o ascético, o que nega o corpo em favor da alma, e que, portanto nega a vida. Nietzsche é favorável aos homens guerreiros, fortes, que com apenas uma inflexão afastam de si todas as culpas anteriores e toda a mesquinhez moral. Nietzsche negava qualquer fundamentação metafísica da moral. A moral é uma criação humana, imposta pelo "Dragão dos valores", aquele que diz "Tu deves" quando o indivíduo diz "Eu quero". Nietzsche é contra todo tipo de razão lógica e científica aplicados sobre a moral, e por isso leva a cabo uma crítica feroz à razão especulativa e a toda a cultura ocidental em todas as suas manifestações: religião, moral, filosofia, ciência e arte, por exemplo. O que chama a atenção de Foucault na moral antiga, e com o que ele mostra ter afinidade, é precisamente o papel do trabalho sobre si mesmo, o papel de uma estetização do sujeito moral. Da afinidade para com tal princípio, várias vezes expressa, nasce a proposta de Foucault: basear a moral na escolha pessoal do indivíduo, entender o sujeito como forma, que cada um deve elaborar, trabalhar e constituir segundo critérios de estilo e através de tecnologias. Este seria, resumidamente, o modo como Foucault pensa uma estética da existência, que seria ausente de sociedades como as nossas. Em ‘Detenção’, acompanhamos a história de um grupo de homens que se submetem a um experimento de análise do comportamento humano sobre situações de obediência à autoridades. Eles são divididos em dois grupos: os prisioneiros e os guardas. O primeiro grupo é totalmente privado de seus direitos civis mais básicos, enquanto ao segundo, cabe manter a ordem na prisão, sobre pena de serem excluídos do experimento caso não ajam com rigor. O filme