relação com o saber
Bernard Charlot (2000) -Da relação com o saber. Elementos para uma teoria; Procurar compreender o fracasso como uma situação que advém de um processo histórico e considerar que todo indivíduo é um sujeito, por mais dominado que seja. Um sujeito interpreta o mundo, resiste à dominação, afirma positivamente seus desejos e interesses, procura transformar a ordem do mundo em seu próprio proveito. Praticar uma leitura positiva é recusar-se a pensar o dominado como um objeto passivo,
“reproduzido” pelo dominante e completamente manipulado, até, inclusive, em suas disposições psíquicas íntimas. Mas sem incorrer em ingenuidade e sem esquecer que é dominado é, com certeza, um sujeito, porém sujeito dominado.
A condição do filho do homem faz dele um sujeito, ligado ao outro, desejando, partilhando um mundo com outros sujeitos e com eles transformando esse mundo. Essa condição impõe ao filho do homem que ele se aproprie do mundo e construa a si mesmo, se eduque e seja educado.
O sujeito cuja relação com o saber estudamos é um ser levado pelo desejo e aberto para o mundo social no qual ele ocupa uma posição e do qual é um elemento ativo. Esse sujeito pode ser analisado de modo rigoroso: constitui-se através de processos psíquicos e sociais que podem ser analisados, define-se com um conjunto de relações (consigo, com os outros e com o mundo) que pode ser conceitualmente inventariado e articulado.
O conhecimento é o resultado de uma experiência pessoal ligada à atividade de um sujeito provido de qualidades afetivo-cognitivas; como tal, intransmissível, está sob a primazia da subjetividade. Assim como a informação, o saber sob a primazia da objetividade. O saber é produzido pelo sujeito confrontando a outros sujeitos, podendo entrar na ordem do objeto e então se tornar um objeto comunicável, uma informação disponível para outrem. A análise parece pertinente; não há saber senão para um sujeito, não há saber senão organizado de acordo