Relação com o saber e identidade profissional
As transformações operadas na área da produção, da manipulação e da transmissão dos saberes são as que se verificam mais decisivas.
Segundo Bourdieu, cada classe tem padrões diferentes de distribuição do seu capital global dependendo da forma que assumir. No que diz respeito aos professores, a cultura é a que predomina logo este capital é importantíssimo para a posição social que ocupam. A teorização deste autor as diferentes classes têm capacidades raras e desiguais de dominar as condições da sua reprodução a nível social.
Consequentemente na identidade do professor o saber toma um lugar central em relação aos restantes contudo, este tem sido abalado. O crescimento dos meios de comunicação de massas fez com que a educação se tornasse paralela e com isso o professor corra o risco de dar somente uma educação residual.
O professor perde então a exclusividade privilegiada pelo saber que se desvalorizou. Hoje o professor contrariamente ao período da expansão da escola o professor é posto em questão.
Nóvoa explicou que o saber que os professores detinham conhece agora uma desvalorização pública relativa com a passagem da «escola social» do início do século à «sociedade pedagógica» mais contemporânea onde são verificados dois processos principais: um, é relativo à «extensão da relação pedagógica» e o segundo ao acréscimo do número de pessoas que estão diretamente ligadas pelo sistema escolar. Como consequência destes dois processos, nos dias de hoje a pedagogia encontra-se em todo o lado ou seja, em lado nenhum segundo o autor que fez questão de sublinhar este ponto.
Encontramo-nos então de caras com um processo de desvalorização um quanto relativo. Existe ainda uma outra desvalorização, desta vez mais dissimulada que advém do facto das posições perderem o seu valor distintivo. Bourdieu, este é o caso do papel do professor que perdeu a sua raridade a todos os níveis.
Esta desvalorização toda decorreu em grande parte