A modernização autoritária
Do golpe militar à redemocratização 1964/1984
Dora Moreira, Lucas Sudbrack
O contexto da realidade brasileira nesta época foi de um intenso processo de modernização, que ocasionou na mudança da fisionomia social, econômica e política do Brasil. As transformações mais importantes foram na relação entre campo/cidade, ocorrendo um grande êxodo rural em busca de emprego e de uma vida melhor. Além disto, houve uma acelerada industrialização do país, um aumento da concentração de renda e uma integração no conjunto econômico capitalista mundial. Mesmo com o setor capitalista se desenvolvendo, outro setor não-capitalista se formou: o contingente camponês e um composto de oficinas e fabriquetas. O desenvolvimento capitalista no Brasil rompeu com o passado escravista-colonial e, desta forma, não-feudal, num contexto de economia internacional já desenvolvida e capitalista, imperialista e com dificuldades ao acesso à tecnologia. Desta forma, a repartição da economia brasileira foi evidenciada a partir da análise do setor terciário, que foi ampliado pela maior intervenção do Estado na economia, pelo desenvolvimento do setor administrativo das empresas, do setor bancário e das áreas de saúde e educação. Com a mudança na relação cidade/campo, houve também uma mudança no peso político dos partidos tradicionais, especialmente dos partidos conservadores. O PSD, que detinha sua principal base política no campo, sustentava-se no localismo e no coronelismo, um sistema de controle de votos através da coerção econômica que viu o seu poderio diminuindo com o declínio da população no campo. Em contrapartida, o PTB, partido que representava a nova classe operária capitalista, ganhava força com a urbanização. A terceira força partidária existente era a UDN, partido conservador que, por seguidamente se ver derrotado pelas coligações PTB/PSD, estava pronto a recorrer aos cartéis para ter poder.
Depois de exercer forte oposição ao governo de Vargas,