Maria da Conceição Tavares - A modernização autoritária
Apesar de apoiada numa ideologia liberal-conservadora das classes dominantes, a ditadura não veio para estabelecer uma democracia nesses moldes. Pelo contrário, veio para afirmar, modernizar e tornar mais abrangente o papel do Estado na sociedade, através de um pacto entre as elites civis e militares, apoiados pela classe média assustada com o turbulento período anterior.
O primeiro período da ditadura, com Bulhões e Campos ( fazenda e planejamento ), teve como prioridade absoluta a política econômica de estabilização de preços.
Contudo, as políticas ortodoxas de estabilização não saíram como o planejado. Tampouco sucedeu a política de incentivo ao Ke, uma vez que estes não se interessavam por uma economia em baixo ritmo de expansão.
Campos: infraestrutura e indústria pesada de insumos sob controle do Estado, mas com compra vantajosa dessas empresas para os vendedores norte-americanos.
O alto grau de intervencionismo do governo central reduziu a autonomia dos Estados e municípios, sob o pretexto de austeridade. Também se comprimiu o movimento sindical e houve arrocho salarial
Até empresas produtivas foram impedidas de realizar altas nos salários, uma vez que esta conflitaria com a política de estabilização de preços.
Situação fiscal do governo melhorou, por conta de:
a) Reforma Tributária
b) Centralização das decisões de gasto do governo
c) Recuperação econômica ( receita tributária na fase de expansão é elástica em relação ao gasto!)
Investimento público direto em Infra-Estrutura foi o “abre-alas” da recuperação econômica ( Rodovias/hidrelétricas)
Tais blocos de investimento constituíam um poderoso anel de interesses, que deu seus primeiros passo em JK e se consolidou em Roberto Campos.
O Setor Privado se recuperou puxado por esse novo bloco de gastos públicos e pela reforma financeira, com destaque para a reforma do Sistema Financeiro de Habitação
Da Teoria à Prática
Capitalismo brasileiro era atravancado