A ESTRAT GIA DA ESTABILIZA O

A ESTRATÉGIA DA ESTABILIZAÇÃO : O PLANO REAL.
Marta Skinner Não se pretende nesse trabalho detalhar o que foi o Plano Real nos seus aspectos puramente macroeconômicos, nem muito menos dar conta das diversas medidas que permitiram sua institucionalidade, mas tentar explicar a lógica implícita desse tipo de projeto de estabilização, que diferentemente de outras tentativas heterodoxas aplicadas à economia brasileira, nas últimas décadas, obteve o êxito de debelar a velha espiral de preços que acompanhou o ciclo de desenvolvimento da economia brasileira, mas que também implicou em profundas mudanças dos rumos da economia brasileira, assim como no plano da inserção internacional do país. A reforma monetária implementada no Brasil em 1994, no governo Itamar Franco, diferentemente do que se imagina, não foi fruto dos inovadores estudos econométricos ou derivado da expertise do grupo de economistas, na sua maior parte da PUC/RJ, que com o aprendizado de outros planos conseguiu aparar as arestas e finalmente encontrar o “caminho das pedras” , como argumenta Carlos Pio (2001) O Plano Real foi uma boa adaptação do plano argentino, implementado em 1990, pelo Ministro Cavallo, que depois de décadas de inflação resistentes e sucessivas tentativas de controle logrou um êxito retumbante, na época. Como escrevi antes (Skinner M,1996), se compararmos o Plano Real com os planos anteriores chegaremos à conclusão que todos os outros planos de estabilização fracassaram e que o Plano Real foi o primeiro plano que conseguiu manter a inflação sobre controle depois de décadas de lutas inglórias . Sob essa ótica, poderíamos afirmar que o Real foi um sucesso incontestável. Mas se, ao invés de olharmos só para trás, olharmos em volta veremos um quadro bastante diferente em relação ao controle da inflação. Tanto a Bolívia , Peru , Argentina , México parecem ter conseguido controlar suas inflações crônicas . Podemos afirmar que o Real fez parte de uma safra de planos onde o êxito