Diversos
1. Introdução; 2. Industrialização, política econômico-financeim e participação da burgueSia industrial; 3. As novas estruturas do Estado: corporativismo e populismo; 4. Camadas médias urbanas e radicalização político/ideológica; 5. O clima ideológico da época.
Industrialização, Estado e sociedade no Brasil (1930-1945)*
Professora titular no Departamento de Fundamentos Sociais e Juridicos da Administração da EAESP /FG V.
do Estado no desenvolvimento capitalista periférico com industrialização tardia. É bom lembrar neste ponto que, apesar da especificidade do desenvolvimento capitalista tardio que se constitui já na etapa monopolista do capitalismo como sistema internacional, nossa formação social retém também os traços gerais de qualquer processo de desenvolvimento capi talista. 1 A aceitação desse predomínio do Estado não nos leva a um outro extremismo teórico, o "politicismo", que, ao enfatizar exageradamente a autonomia da esfera política, "conduz, no limite, a uma descaracterização da sociedade civil enquanto campo de constituição de novas configurações dotadas de um dinamismo próprio"." Em outros termos, o que pretendemos é uma análise que consiga apreender os processos políticos, sociais e econômicos em sua interdependência, sem cair nas tendências extremas e opostas do economicismo e do politicismo. Uma vez definida a premissa teórica mais geral de nosso trabalho, passamos a definir alguns traços comuns da análise sociológica e histórica referente ao período em questão: 1. Ausência de hegemonia no Estado brasileiro pós-30. A Revolução de 30 destruiu a hegemonia da burguesia cafeeira, mas nenhum outro setor das classes dominantes teve condições de assumi-la. A nova coalizão no poder constituiu um "Estado de compromisso", 3 no qual se equilibraram de forma instável cafeicultores, oligarquias dis.sidentes (outros setores da burguesia agroexportadora ou produtora para o mercado interno), grandes comerciantes importadores e a burguesia industrial