A modernidade em Walter Benjamin
Lucas Rodrigues Valente. noturno. n. USP: 6438980
1. Introdução
No capitulo numero um do seu “O Discurso filosófico da modernidade”, Habermas começa a delinear sua tese sobre o conceito de modernidade, começando por Hegel, que seria, segundo ele o inaugurador do discurso filosófico da modernidade, se valendo também de autores paralelos que complementam e apoiam sua tese sobre a construção desse discurso. Nesse movimento, ainda no primeiro capitulo, Habermas nos apresenta Baudelaire e sua concepção do moderno no território da arte, para então nos apresentar a crítica de Walter Benjamin, que influenciado pela obra de Baudelaire aborda temas da modernidade. A proposta desse trabalho é a de se aprofundar na concepção da modernidade em W. Benjamin partindo da abordagem fornecida por Habermas em seu discurso. Tratar do tema do modernidade em W. Benjamin sem levar em conta sua relação direta com as ideias de Charles Baudelaire seria ignorar o contexto intelectual que situa Benjamin nesse quadro histórico. Temos, desde o princípio deste trabalho, a ideia clara de que a teoria benjaminiana aqui abordada toma como ponto de partida o estudo da poesia de Baudelaire, seu contemporâneo. Nas palavras de Willi Bolle:
“Falar da Modernidade de Baudelaire significava, para Benjamin, expressar a experiência de sua própria geração: (...)” (Bolle, 1993, p.66)
Não é, portanto, arbitrária a decisão de iniciar este trabalho estudando a relação e a influencia baudelairiana para o conceito de modernidade em Walter Benjamin.
Começaremos levando em consideração o que nos apresenta Habermas à esse respeito em seu “O Discurso filosófico da modernidade”.
Habermas introduz Walter Benjamin em seu texto justamente no momento em que trata das ideias baudelairianas da arte na modernidade. Ele fala de um novo uso para a