A moderna tradição brasileira
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O desenvolvimento da cultura de massa no Brasil, até a década de 1950, foi marcado por uma grande diferença em relação à Europa. Enquanto lá o crescimento das forças produtivas ocorreu simultaneamente à autonomização da esfera cultural, permitindo assim uma separação desta, de caráter elitista e de circulação restrita, da esfera comercial de mercantilização da cultura, voltada para uma massa de consumidores, aqui o capitalismo demorou a se desenvolver e houve então uma defasagem entre os níveis de modernidade que se pretendia atingir e a modernidade que era realmente possível instaurar; um hiato entre intenção e realização. A esfera cultural artística e a de mercado não funcionavam de maneira antagônica, havendo até mesmo um período em que elas se confundiam, como ocorreu na literatura, onde esta se legitimava através da imprensa, e na televisão, onde diretores de cinema e teatro se voltaram para essa área, criando novos gêneros como o teleteatro e fazendo assim a associação de áreas eruditas com a tecnologia de massa. É a partir da década de 40, na verdade, que se pode considerar uma séria presença de uma cultura popular de massa, havendo uma expansão dos meios de comunicação. O rádio se redefine com a inclusão da publicidade em sua programação, e passa de um meio não-comercial de cunho erudito e lítero-musical a um veículo comercial, com os anunciantes se tornando até mesmo produtores de programas, e essa nova fonte de financiamento repercutindo numa programação mais estruturada, com músicas variadas, programas de auditório e radionovelas. Se torna, então, um ambiente propício ao desenvolvimento da cultura popular de massa. O cinema também se modifica nessa época. Há uma tentativa de construção de uma cinematografia brasileira, e são criadas produtoras cinematográficas, fazendo crescer uma produção que anos antes era ínfima.
Nota-se também a expansão do mercado de publicações, tanto no setor de jornais e livros, como no de revistas, complementado com a criação