A Marquesa de Santos
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Luiz José da Silva, graduando em História na Universidade Gama Filho – UGF, luizjosesilva72@gmail.com Um homem como poucos, ou seria como muitos? Ele era, é apenas Pedro de Alcântara, Francisco, Antonio, João, Carlos, Xavier de Paula, Miguel, Rafael,
Joaquim, José, Gonzaga, Pascoal, Cipriano, Serafim, de Bragança e Bourbon, ou Pedro de Alcântara. Casado em prol de uma estabilidade nobre; afinal os candidatos a governantes de uma sociedade a espera da bênção industrial, acasalavam-se com
Baronesas, Marquesas e às vezes Viscondessas, a realeza tinha que ser preservada.
No cumprir de suas obrigações ainda não imperiais, o jovem Pedro de Alcântara completa uma viagem proveitosa e municia a obra de arte que Pedro Américo eternizaria: “Independênica ou Morte”!
Gritos a parte, o suspiro feliz de uma dama descasada, matrona com quatro filhos, e pasmem! Ainda jovem e bela, ou será que o ainda não Imperador morreria de paixão por um canhão?
Retornando ao Rio de Janeiro, entre as muitas e novas prioridades, o já quase
Imperador, transfere com direito a promoção a nova Camareira-mor, Viscondessa de
Santos Domitila de Castro Canto e Melo, serviços à Carolina Josefa Leopoldina
Francisca Fernanda Beatriz de Habsburgo-Lorena, D. Maria Leopoldina.
Sociedade das anáguas e vestidos longos, ávida por alvíssaras, qualquer novo fato, que provocasse escândalo seria certamente bem vindo. Uma Viscondessa era pouco e para elevar-se nobremente acima dos mexericos, porque não Marquesa de
Santos?
O agora Imperador multiplicava-se entre o Palácio de São Cristóvão e o Solar da
Marquesa, a família crescia, a ilegalidade sustentava-se sob o amparo da realeza, pois quem seria corajoso bastante para inquirir o alto Senhor?
D. Maria Leopoldina sabia que fingia, ou fingia que não sabia, entretanto sofria e seguia adiante altaneira como deveria ser a postura de uma digna Imperatriz.
Os que passam ou que passaram,