Carlota resumo
Assim como sua mãe, Carlota Joaquina, D. Pedro I tinha um séquito de amores extraoficiais.
Mary Del Priore
3/1/2011
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Comentar essa matériaVersão para impressãoEnvie essa matéria para um amigo * No céu do século XIX brilhou uma estrela: a do adultério. A história de amantes, que antes estava relacionada à dominação entre senhor e escravas, agora dava lugar a uma relação venal. Às vezes, esses casos eram até apimentados com sentimentos. E o exemplo vinha de cima.
O período começou com a chegada da Corte portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808. Entre os membros da família real, a princesa Carlota Joaquina Teresa Caetana de Bourbon y Bourbon já vinha malfalada por viver na Quinta do Ramalhão, palácio localizado em Sintra, distante da residência do marido, D. João, que vivia em Lisboa. À boca pequena, havia rumores de um envolvimento de Carlota com o comandante das tropas navais britânicas, Sydney Smith. A ele, ela ofereceu de presente uma espada e um anel de brilhantes. Temperamental e senhora de um projeto político pessoal – queria ser regente da Espanha –, a princesa teve, sim, amores. Todos encobertos pela capa da etiqueta e por cartas trocadas com o marido, nas quais ele era chamado de “meu amor”.
No Brasil, a nora Leopoldina (1797-1826), recém-chegada da Áustria – uma das mais sofisticadas Cortes europeias –, não deixou de escrever aos familiares, chocada com o comportamento de Carlota Joaquina: “Sua conduta é vergonhosa, e desgraçadamente já se percebem as consequências tristes nas suas filhas mais novas, que têm uma educação péssima e sabem aos dez anos tanto como as outras que são casadas”.
Os casos amorosos de Carlota eram conhecidos, e o mais rumoroso deles resultou no assassinato a facadas, a mando da própria Carlota, de uma rival, a mulher de um funcionário do Banco do Brasil. Enquanto isso, comentava-se sobre a solidão de D. João, atenuada graças aos