Tempo
Durante o ciclo econômico do açúcar, o Brasil era preso as necessidades administrativas da Coroa portuguesa. O país possuía características rurais muito acentuadas pois sua economia era vinculada ao modelo econômico agrário e exportador. Diante desse fato é possível distinguir os modelos de ocupação e povoamento existentes nas diversas regiões do país. No Nordeste encontramos, no início da colonização brasileira, residências que utilizaram-se de materiais resistentes ao tempo (pedra e cal) e, simbolicamente, absorviam os aspectos do passado de seu construtor. Na Bahia, na zona rural ainda no século XVI, identificamos a residência do fidalgo Garcia D'Avila edificada no formato de antigos castelos medievais europeus. O nobre buscava em seu novo lugar de morada uma identificação com seu local de origem, no caso o ambiente da nobreza européia. Aos pobres restava aplicar a herança indígena de ocupação, chamada de arquitetura vernácula. Trata-se de um tipo de edificação nas quais as características principais baseiam-se na sua funcionalidade. Não há busca de características arquitetônicas nem ao mesmo identificação/simbologias com o cotidiano do grupo que a edifica, como no caso das necessidades européias de identificação com o novo território. Nas cidades, pouco povoadas, as edificações seguiam o estilo de aproveitamento máximo dos terrenos. Nesse aspecto é possível identificar o nascimento do sobrado: amplas e altas residências. Em Salvador é possível, também, perceber sua existência. A cidade como centro do poder administrativo da colônia (Salvador foi a primeira capital do país) absorvia tendências européias de ocupação. Circulava na