A Maquina Extraviada
A MÁQUINA
MÁQUINA
EXTRAVIADA
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quim do largo para comer e beber. Muita gente se amontoou na porta, mas ninguém teve coragem de se aproximar dos estranhos porque um deles, percebendo essa intenção dos cu~ riosos, de vez em quando enchia a boca de cerveja e esguicha~ va na direção da porta. Atribuímos essa esquiva ao cansaço e
EXTRAVIADA
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à fome deles, e deixamos as tentativas de aproximação para o dia seguinte; mas quando os procuramos de manhã cedo na \ pensão, soubemos que eles tinham montado mais ou menos a máquina durante a noite e viajado de madrugada.
A máquina ficou ao relento, sem que ninguém soubes~ se quem a encomendara nem para que servia. É claro que cada _qual dava o seu palpite, e cada palpite eratãooom quanto outro.
~ As crianças, que não são de respeitar mistério, como você s;be, trataram de aproveitar a novidade. ~em ped(r li~ cença a ninguém (e a quem iam pedir?), retiraram a lona e foram subindo em bando pela máquina acima, até hoje ain~ da sobem, brincam de esconder entre os cilindros e colunas, embaraçam~se nos dentes das engrenagens e fazem um ber~ reiro dos diabos até que apareça alguém para soltá~las; não diantam ralhos, castigos, pancadas; as crianças simples~ mente se apaixonaram pela tal máquina.
Contrariando a opinião de certas pessoas que não qui~ seram se ent\;lsiasmar, e garantiram que em poucos dias a novidade passaria e a ferrugem tomaria conta do metal, (J
J
Você pergunta novidades deste tão, sempre e finalmente possopelas lhe contar uma daqui importante. que o quina Desde muito f
ser~
Fi~
compadre sabendo que agora temos aqui uma má~ imponente, que está entusiasmando todo o mundo. que ela chegou, não me lembro quando, .não sou bom em lembrar dàtas, quase não temos falado em
outra coisa; e da maneira que o povo a~i se apaixona até
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pelos assuntos mais infantis, é de admirar que ninguém te~ nha brigado ainda por causa dela, a não ser os políticos.
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A máquina chegou uma tarde, quando as