contos de jj veiga
Um caso especial é A casca da serpente (1989), romance que retoma, de forma crítica e irônica, Os sertões, de Euclides da Cunha.
A PASSAGEM DA INFÂNCIA PARA A MATURIDADE
Chama a atenção do leitor a freqüência com que Veiga concede de narrador a uma criança, ou a um adulto que relembra um acontecimento de sua infância.
Em todas as culturas, as transições físicas ou psicológicas entre as diversas etapas da vida de um indivíduo são reconhecidas e freqüentemente assinaladas com rituais próprios. São as passagens iniciáticas, ou processos de iniciação.
A iniciação está presente em grande parte dos contos de Veiga e ela pode ser reconhecida através dos seguintes elementos: o protagonista imaturo; o tema mítico da viagem e as imagens simbólicas que sugerem um obstáculo, ou impedimento, à realização de passagem iniciática.
São crianças marcadas pela incerteza, pelo temor ou pela culpa, sentimentos que pouco têm a ver com a imagem dourada que costumamos fazer da infância. São esses personagens inseguros que o leitor acompanha em sue processo de iniciação.
O conto que mais claramente mostra essas etapas é “Fronteira”.
Nesse conto também fica evidente que, em lugar do mito da infância feliz, Veiga postula uma outra noção igualmente mítica, a de que o “menino é o pai do homem”.
O primeiro conto, “A usina atrás do morro”.
Este conto parece afinar-se melhor com os produzidos pelo autor depois de 1964.
As viagens empreendidas pelos meninos narradores nem sempre