A Linguistica e a sua História

A Linguística e sua História
Ao contrário do que se pensa, estudos da língua com finalidades práticas precedeu o processo de reflexão científica que se tem hoje. Na antiga Índia, por exemplo, buscava-se manter correta a pronúncia dos textos religiosos.
Concorda-se que a maior façanha dos estudos linguísticos é decorrente do método comparativo no século XIX. Esse método desencadeou um conjunto de princípios que permitiu comparar sistematicamente certas línguas no tocante aos seus sistemas fonéticos, estrutura gramatical e vocabulário, de modo a demonstrar que eram “genealogicamente” aparentadas. Portanto, assim como a linguística do século XIX permitiu saber como as outras línguas românicas eram descendentes do latim, também permitiu saber que o latim, o grego, e o sânscrito, bem como as línguas célticas, germânicas, eslavas, e várias outras línguas da Europa e Ásia tinham se originado de uma proto-língua.
O estabelecimento de tradições literárias vernáculas nos Estados-nações da Europa renascentista – são todos contextos em que a língua, a princípio uma ferramenta, se tornou um objeto de estudo.
Devem ser levadas em conta, as diferentes noções que se entende por “linguística”. Historiadores: Bacher no estudo da língua(gem) entre os judeus; Sandys na filologia clássica; E. J. Dobson (1957) obra pioneira na pronúncia do inglês; H. Pedersen (1931) filologia comparativa, e outros.
A história das línguas, que chegou até nós por meio do método comparativo, passou a ser o foco central na medida em que permitia o estudo científico de fatos linguísticos.
A opção histórica trouxe a percepção da mudança e com ela a questão da variação linguística. Nesse sentido, a variação linguística no tempo e no espaço passa a ser o objeto de estudos. Significa dizer que a perspectiva filológica em busca de uma essência da língua passa a ser abandonada. Nesse momento passa-se a reconhecer que as línguas, como todo fenômeno de expressão social, mudam historicamente e que, portanto,