A liberdade
A liberdade, característica natural do ser humano, é um dos direitos fundamentais reconhecidos. Ser livre e poder realizar suas próprias escolhas é inerente a qualquer pessoa dotada de discernimento: “Na livre escolha o homem realiza-se...”.
Pode-se dizer que a liberdade tem início na consciência, contudo a sociedade vem impondo condutas e padrões de comportamento, banindo aquele que não se enquadra. Livre é quem consegue se libertar dos padrões vigentes e escolher seu próprio trajeto social. Para tal condição efetiva de liberdade, há necessidade de se ter “vontade de ser livre”. Como diz Schiller “não há outro poder no homem a não ser a sua vontade”.
Inquire-se sobre vontade se é livre ou pré-determinada por outros fatores, pois sendo induzida será mera ilusão. Nas palavras de Espinoza: uma pedra posta em movimento por alguma força externa “acreditaria ser completamente livre e pensaria permanecer em movimento somente por sua própria vontade”, contando que estivesse “consciente de seu esforço” e fosse “capaz de pensar”.
O homem se intitula livre e assim o afirma por simplesmente ter consciência de suas ações, mas não detém a consciência das causas pelas quais estas ações são determinadas. É influenciado pelo meio desde sua gestação e mais tarde, pensando ter sua própria vontade, será resultado de várias condicionantes. Nessa linha de pensamento diz Schopenhauer: “Há um sentimento ilusório de liberdade quando tenho a experiência da volição; quando delibero sobre o que farei em seguida, e, depois de rejeitar várias possibilidades, chego finalmente a alguma decisão determinada, isto feito com uma vontade tão livre quanto a da água se dissesse para si mesma: posso fazer grandes ondas... posso descer montanha abaixo... posso cair espumando e jorrando... posso erguer-me livremente como uma corrente de água no ar (...numa fonte)..., mas não estou fazendo nada disso agora, e, por vontade própria, permaneço água quieta e clara no lago espelhado”. A