Liberdade, Liberdade
De Flávio Rangel e Millôr Fernandes
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Liberdade, Liberdade estreou no dia 21 de abril de 1965, no Rio de
Janeiro, numa produção do Grupo Opinião e do Teatro de Arena de São
Paulo.
Os papéis foram representados por:
Paulo Autran
Nara Leão
Oduvaldo Vianna Filho com a participação especial de Tereza Rachel
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O New York Times Comenta
LIBERDADE, LIBERDADE
ESPETÁCULO MISTURA PROTESTO,
HUMOR E MÚSICA
“Os espetáculos teatrais que elevam a voz com protestos políticos contra o regime semimilitar do Brasil estão produzindo, no País, bom entretenimento e uma nova visão dramática.
A estréia, nesta semana, num teatro improvisado, de Liberdade,
Liberdade (Liberty, Liberty), o mais ambicioso dos espetáculos de protesto, transformou-se imediatamente num sucesso público.
A atual produção seguiu-se à brilhante carreira de Opinião (Opinion), que iniciou o novo movimento de teatro político. Depois de dois meses no Rio,
Opinião está, neste momento, sendo exibido para casas cheias em São Paulo.
Essas produções refletem o amplo sentimento existente entre os jovens intelectuais brasileiros de que o regime do presidente Humberto Castelo
Branco, com sua forte posição anticomunista, é hostil à liberdade cultural e intolerante quanto a críticas de esquerda no que se refere às condições econômicas e sociais do País.
ATACADAS AS COMISSÕES DE INQUÉRITO
Essa atitude encontra campo para ataques nas atividades das comissões militares de inquérito, as quais prenderam muitos estudantes, professores e intelectuais por se envolverem em atividades “subversivas”. Tem havido também expurgos de esquerdistas nas universidades, e apreensão de livros. “Neste momento é dever do artista protestar”, disse Flávio Rangel, diretor de Liberdade, Liberdade. Os noventa minutos do