A Leitura, a Tradução e a Escrita como ferramentas transculturais
Isa Ferreira Martins*
RESUMO
Cada vez mais o diálogo entre culturas tem sido buscado pela sociedade. Ao observarmos tal processo, estamos diante do que consideramos ferramentas transculturais. Desta forma, este artigo se propõe a discutir o que chamamos de tríade da transculturação: a Leitura, a Tradução e a Escrita. Por serem estes temas bem amplos, voltamos nosso olhar para as discussões que envolvem a coautoria do leitor no ato da leitura, com base no contexto e nas críticas feitas ao romance de estreia da Clarice
Lispector. Nossas análises e comparações foram feitas à luz das ideias de Roland
Barthes, Wolfgang Iser, Hans Robert Jauss e Terry Eagleton diante da Estética da
Recepção, o que nos permitiu entender o papel da “tríade transcultural” no processo de formação do sujeito-leitor, do escritor e dos diálogos culturais.
Palavras-chave: Leitura, Tradução, Escrita, Clarice Lispector, diálogos culturais.
Milenarmente praticada, sabemos que a tradução tem ganhado um novo papel de destaque na contemporaneidade devido às discussões sobre como traduzir conceitos teóricos de saberes tão específicos – como é o caso da teoria da literatura e do próprio texto literário – sem que se domine ou busque os conhecimentos sobre a área específica
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Professora da Rede Pública de Ensino do Estado do Rio de Janeiro – SEEDUC (Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro) / Doutoranda em Educação da Faculdade de Educação da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro – UERJ / Mestre em Literatura Brasileira e Teorias de Literatura pela
Universidade Federal Fluminense – UFF, isalispector@yahoo.com.br.
Ano 1 – Edição I janeiro-junho/2012 – www.plurimus.com.br
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de cada texto, além das culturas e ‘modos de dizer’