A leitura na sala de aula
Parece, de um lado, já bastante desgastado afirmar a necessidade da leitura e, especialmente, a leitura do texto literário na escola. Contudo, de outro, percebe-se que há ainda muito a fazer em nossas escolas. Até mesmo, estimular a leitura por parte dos professores, principalmente os das séries iniciais. O professor, por mais esdrúxulo que possa parecer, nem sempre se apropria do acervo literário disponível no mercado em função dos baixos salários e até por não ser exemplo de leitor para seus alunos. Ele passa a conhecer o texto literário por intermédio do livro didático. Contudo, para formar leitores, é preciso ser leitor, pois, como afirma a escritora Ana Maria Machado “(...) imaginar que quem não lê pode fazer ler é tão absurdo quanto pensar que alguém que não sabe nadar pode se converter em instrutor de natação. Porém é isso que estamos fazendo” (2001, p. 122). A criança necessita, pois, de um exemplo de leitor, que podem ser os pais – em geral, não é a regra - ou, o que seria muito apropriado, o professor. Este deve compartilhar com os alunos o que lê, comentar os tipos de histórias ou poemas de que gosta, além de estimulá-los a pensarem sobre sua história de leitura. É com o dinamismo do professor pelo que ensina – no caso a leitura do texto literário - que é possível despertar novos leitores para o universo literário. O professor precisa se dar conta de sua importância no processo de formação de leitores, o que implica que ele seja também um leitor, pois é o mediador entre o livro e o leitor na escola. Deve, assim, promover o diálogo acerca da obra literária, para exercitar a liberdade de expressão e não mais o silêncio da aquiescência à interpretação unívoca – ditada pelo livro didático e levada ao pé da letra pelo professor. Para reforçar a idéia da troca, Ângela Rolla afirma que “ Não se concebe a leitura como um ato solitário,