A invenção das Tradições - Eric Hobsbawm e Terence Ranger (Eds.)
Traduzido no Brasil para a língua portuguesa há quase dez anos, o ensaio A invenção das Tradições cujos editores são Eric Hobsbawm e Terence Ranger partiu de uma conferência organizada pelo periódico especializado em assuntos históricos Past & Present.
Grande impulsionador do estudo sobre o período entre a Revolução Francesa e a Revolução Industrial britânica, Hobsbawm é um historiador com um conjunto considerável de livros publicados que se associa a um grupo de estudiosos para a partir de alguns estudos de caso argumentarem que muitas das tradições que julgamos existirem há séculos são recentes, quando não são inventadas. Publicada pela Cambridge University Press, esta obra irá explorar o processo de invenção das tradições por todo o mundo com especial incidência na Escócia, Gales, Inglaterra, Índia Vitoriana e África Colonial numa complexa interacção entre o Passado e o Presente.
O termo “tradição inventada” é utilizado num sentido vasto mas, segundo Hobsbawm na sua introdução, este nunca é indefinido, pois inclui por um lado as “tradições” realmente inventadas e por outro as que surgiram de maneira mais difícil de localizar que se estabeleceram rapidamente. Entende-se ainda como um conjunto de práticas de natureza ritual ou simbólica reguladas por regras explícitas ou não que procuram incutir determinados valores e regras de comportamento através da repetição, ou seja, provoca uma continuidade do passado. Esta continuidade estabelece-se com um passado histórico onde a nova tradição é introduzida. As tradições “inventadas” representam uma continuidade bastante artificiosa com o passado. O que torna este assunto tão atraente para os estudiosos de história contemporânea é o contraste existente entre as mudanças e inovações do mundo moderno e a tentativa de compor de forma permanente alguns aspectos da vida social.
A “tradição” deve ser