A ciência nova em edgar morin
Pedro Heitor Barros Geraldo∗ “Toda vida humana autônoma é um tecido de incríveis dependências.” Edgar Morin 1. Introdução Este trabalho visa a definir as bases da ciência nova de que trata Edgar Morin em “Ciência com Consciência”. Analisando os conceitos principais trabalhados por ele e cotejando com a ciência moderna.. Morin pretende construir uma nova percepção a partir da qual a ciência não exclui ou classifica elementos estanques, mas componentes integrados de uma organização. A idéia de sistema vem acompanhada desta visão de mundo que não pode se captar pelos conceitos herméticos e isolados. Assim teoria e método se confundem sempre, uma vez que paradoxos teoréticos deixam de ser problemas insuperáveis para tal metodologia, uma vez que integram a teoria. Sua busca é delinear a teoria dos sistemas para que a fluidez dos seus conceitos não paralise a ciência e, finalmente, que ela própria não se dilua em dogmatismo. Finalmente, neste trabalho far-se-á um análise das implicações desta perspectiva para a ciência do direito que se funda predominantemente nos alicerces da ciência moderna. 2. A idéia de sistema Esta noção remete à uma visão sistêmica dos fenômenos que não é suficiente para construir uma epistemologia com um universo conceitual claro de modo que os cientistas possam dotá-la de utilidade prática e não obnubilar o discurso científico com proposições gerais. A primeira constatação de Morin é que esta proposta supera os limites da ciência moderna que é reducionista e simplificadora. O ideal de objetividade das ciências naturais que foram cooptados pelas ciências sociais nos séculos XIX e XX. Um
Professor de Deontologia Jurídica e Teoria da Justiça na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora (FD/UFJF), Mestrando do Programa de Pós-graduação em Sociologia e Direito da Universidade Federal Fluminense (PPGSD/UFF), Membro do Grupo de