A intertextualidade como estratégia de leitura
Muito se deve aos avanços nas pesquisas da Linguística Textual, a respeito do conceito de intertextualidade.
A relação que se estabelece entre textos sejam eles verbais ou não verbais, através de referências explícitas ou implícitas que um texto faz ao outro, denomina-se intertextualidade. Na perspectiva da Linguística Textual, a intertextualidade é vista como um dos critérios de textualidade de considerável relevância.
O conceito de intertextualidade concebe cada texto como constituindo um intertexto em uma sucessão de textos já escrito. Ao incorporar o postulado dialógico de Bakhtin (1929), de que um texto não existe nem pode ser avaliado e/ou compreendido isoladamente, a Linguística Textual propõe que todo texto está sempre em diálogo com outros textos.
O texto só ganha vida em contato com outro texto (com contexto). Somente neste ponto de contato entre textos é que uma luz brilha, iluminando tanto o posterior como a anterior, juntando dado texto a um diálogo. Enfatizamos que esse contato é um contato dialógico entre textos ... Por trás desse contato está um contato de personalidades e não de coisas. (Bakhtin, 1986, p. 162)
Com o objetivo de analisar a presença do outro naquilo que produzimos (fala, escrita e leitura), as autoras Koch, Bentes e Cavalcante (2012) propõem a abordagem do conceito de intertextualidade em sentido amplo, constitutiva de todo e qualquer discurso, em sentido restrito, em que há presença necessária de um intertexto.
Em sentido amplo, como afirma Kristeva (1974, p.60 apud KOCH, BENTES e CAVALCANTE, 2012), “qualquer texto se constrói como mosaicos de citações e é a absorção e transformação de um outro texto.” (Kristeva 1974, p.60). Essas autoras abordam a intertextualidade lato sensu, de acordo com a perspectiva da Linguística Antropológica, representada pelo trabalho de Bauman e Briggs (1995), apontando a existência de estratégias de manipulação da intertextualidade que permitem compreender práticas de