A interacao social na vida cotidiana
A vida cotidiana é partilhada com outros, a mais importante experiência ocorre na situação de estar face a face e todos os demais casos, derivam deste.
Na situação face a face, o outro é apreendido por mim e eu por ele e o resultado é a nossa expressividade, todas as minhas expressões orientam-se na direção dele e vice-versa sendo assim, nessa situação ter acesso a subjetividade do outro mediante o máximo de sintomas. Certamente posso interpretar erroneamente alguns desses sintomas, porém não há nenhuma forma de relacionamento que possa reproduzir a plenitude de sintomas da subjetividade, somente na situação face a face a subjetividade do outro é expressivamente próxima enquanto nas outras formas são, em graus variáveis, “remotas”.
Na situação face a face o outro é plenamente real. O outro pode ser real para mim mesmo que eu não tenha o encontrado face a face, entretanto só se torna real para mim quando eu o encontro pessoalmente. Por mais próxima que seja a nossa relação a minha subjetividade é acessível a mim de um modo em que a dele nunca poderá ser, porém isso exige uma reflexão... A minha subjetividade não é imediatamente apresentado a mim, aquilo que sou não é acessível. Para torná-lo acessível é preciso que eu pare e reflita através do que o outro manifesta. Por conseguinte “aquilo que ele é” me é continuamente acessível.
Não se deve resistir a maciça demonstração da subjetividade alheia de que tomo conhecimento na situação face a face, porém é muito mais fácil pra ignorar essa demonstração desde que não encontre o outro face a face. De qualquer modo, a interpretação errônea e a “hipocrisia” são mais difíceis de manter na interação face a face do que em formas menos próximas de relações sociais.
A realidade da vida cotidiana contém esquemas tipificadores, sendo estabelecidos os modos como “lidamos” com eles, nos encontros face a face e todas essas tipificações afetam minha interação com o outro, as tipificações