Os Fundamentos do Conhecimento da Vida Cotidiana
1. A realidade da vida cotidiana
A vida cotidiana apresenta-se como uma realidade subjetiva. Baseando-se na sociologia empírica, os autores se propõem a analisar essa realidade sem maiores indagações sobre seus fundamentos. Apesar da existência de múltiplas realidades e do choque pelo qual passamos quando transitamos entre elas, a realidade imperiosa é a da vida cotidiana. Nela a consciência é exigida ao máximo, sendo impossível ignorá-la. O homem é introduzido na realidade da vida cotidiana já pré-estabelecida. Ele tem que acostumar-se com realidade, aprendendo os conceitos previamente estabelecidos. Vivemos em lugares previamente determinados, utilizamos objetos previamente nomeados, e a linguagem é a responsável por dar significação a esses conceitos. O homem vive essa realidade a partir de diferentes graus de aproximação espacial e temporal. Porém, assim como há zonas acessíveis, há outras zonas que influenciam a vida dele indiretamente ou que ele não tem tanto interesse direto nelas. Um padeiro, por exemplo, está muito interessado na sua massa e nos seus instrumentos de trabalho, porém não está tão diretamente interessado nos estudos que os pesquisadores fazem nessas massas, porém esses estudos podem influenciar a sua vida. A intersubjetividade é uma característica da realidade vida cotidiana, na medida em que participamos do mundo juntamente com outros homens. A vida cotidiana divide-se em atividades rotineiras, e em atividades apresentadas como problemas. Enquanto a nossa rotina cotidiana permanece sem interrupções é dita não problemática. Porém essa classificação é mutável. A rotina só permanece não problemática até que apareça um problema, então a realidade da vida cotidiana tenta integrar o problema aquilo que é não problemático. A temporalidade é intrínseca à vida cotidiana. O tempo já existe antes do homem entrar na realidade cotidiana e continuará