A intenção de ruptura
No marxismo entendido como filosofia de práxis, há a concepção de que o conhecimento está ligado aos interesses das classes sociais. Neste sentido o marxismo seria a forma de consciência teórica dos interesses históricos da classe operária. Ou seja, existe aqui uma relação consciente entre a teoria social e a prática de uma determinada classe social. Postula-se assim, a relação entre o trabalho de conhecer a realidade e a da sua transformação, na trilha das Teses sobre Feuerbach, em particular a tão citada tese No. 11: "Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo." Neste sentido, o marxismo não é uma teoria social no sentido tradicional da palavra, ela é uma teoria sui-generis, já que não postula que o filósofo deva se afastar dos interesses mundanos, num processo de catarse ou purificação, como na filosofia tradicional desde a época dos gregos (para estes pensadores a teoria era contemplação, ausência de movimento).
Dai a relação do marxismo com o processo de reorganização da classe operária nos último anos da década dos anos setenta, e com o surgimento dos sindicatos autodenominados autênticos que depois conformariam o PT e a CUT. Nesta perspectiva se opera com uma