A intenção de ruptura segundo Netto surge para romper com o tradicionalismo, já que tinha um caráter de oposição a autocracia burguesa e a perspectiva modernizadora. Também teve uma aproximação com a teoria marxista, se desenvolvendo no círculo acadêmico, já que a universidade servia como uma proteção no período da ditadura, para quem fazia leituras mais críticas, e foi dividida em três momentos, a emersão, a consolidação acadêmica e o espraiamento.O primeiro momento foi a emersão, onde estava emergindo a crítica ao tradicional e a perspectiva modernizadora. Nesse momento Leila Lima Santos e Ana Quiroga criam o método BH, na escola de serviço social da Universidade Católica de Minas Gerais, fazendo releituras de Marx, sendo que essa era uma das críticas que Netto fazia ao método, já que elas não buscaram ler Marx na fonte, ainda assim, se aproximaram da teoria marxista, porém um “marxismo sem Marx”. Através das releituras utilizaram as leis da dialética como base para seu estudo. O método dizia que o objeto de ação do serviço social era a classe oprimida, Netto também fez uma crítica a essa definição, pelo simplismo teórico e crítico analítico. O objetivo final do método BH era a transformação da sociedade, através da conscientização, capacitação e organização, Netto por final critica o militantismo messiânico presente no método BH, visto que a meta do projeto profissional era a transformação da sociedade. O segundo momento da intenção de ruptura foi a consolidação acadêmica, quando a universidade passou a criar o seu próprio viés crítico, utilizando a teoria marxista na fonte, sendo um “marxismo acadêmico” e também fazendo uma interlocução com a sociologia e outras ciências, sem perder o referencial do serviço social. Marilda Iamamoto teve importante contribuição nessa fase, sendo a maioridade intelectual e teórica da perspectiva da intenção de ruptura, por ler Marx na fonte, compreendendo o significado social da profissão e sua produção e reprodução das relações