INTENÇÃO DE RUPTURA
Entretanto, um exame mais cuidadoso das várias vertentes indica, sem deixar margem a dúvidas, que nenhuma delas vinculou-se tão umbilicalmente à universidade como a da intenção de reputação.
É evidente que o projeto de ruptura não arrancava do nada. Nos vetores de crise que, discretamente e desde a virada dos anos cinquenta, operavam na erosão do tradicionalismo continham-se elementos que objetivamente constituíam a sua herança.
De uma parte, ao projeto da ruptura impunha-se um formidável trabalho teórico - metodológico. Tratava-se tanto da critica aos substratos do tradicionalismo quanto da apropriação de um arcabouço diferente.
Por estas razões, projeto de ruptura evidenciou-se e explicitou-se primeira e especialmente como produto universitário sob o ciclo auto- crático burguês.
Mais que uma forma de sobrevivência, porém, o investimento na vida acadêmica significou objetivamente uma escolha de assistentes sociais empenhados numa renovação profissional que rompesse substantivamente com o tradicionalismo e seus corolários.
A opção estratégica pelo espaço acadêmico só se revelou palpavelmente produtiva quando se tornou possível – para além da vontade subjetiva dos atores.
É preciso convir que as explicitações desta perspectiva colidiam de frente tanto com o peso do tradicionalismo quanto – e este é o dado decisivo – com a globalidade da ordem autocrática.
Na verdade, o que se verifica é uma dupla dificuldade na relação das vanguardas afetas à intenção de ruptura com o grosso da categoria profissional.
A outra dificuldade relaciona-se à pobreza de indicativo prático-profissionais de operacionalização imediata que esta