A inflação no Brasil
Para muitos estudantes que hoje ingressam nos ensinos fundamental e médio, a discussão sobre a questão inflacionária no Brasil parece um tema distante ou, até mesmo, estranho. Entretanto, a economia do nosso país, ao adentrar os ditames do capitalismo industrial e financeiro, passou a conviver com as contradições de um país economicamente dependente que deveria encontrar soluções para valorizar sua moeda e desenvolver sua economia.
No entanto, promover esse desenvolvimento exigia dos nossos governos a contração de empréstimos a serem empregados na contratação de funcionários e no financiamento de obras que, muitas vezes, acabavam deixando nosso país completamente endividado. Uma solução usual adotada pelo Estado para sanar este problema era fabricar o dinheiro necessário para que tivesse condições de honrar uma considerável parte de seus compromissos financeiros.
A solução parecia ser prática e viável, mas, infelizmente, a circulação de papel-moeda em uma economia que não tem riquezas correspondentes àquele total de dinheiro disponível acaba desvalorizando a moeda. Conseqüentemente, o preço das mercadorias sobe e os trabalhadores – que tem sua renda fixada em uma determinada faixa salarial – têm o seu poder de compra reduzido, o que acaba aumentando o já tão penoso custo de vida.
Até aqui, podemos perceber que um dos fatores responsáveis pela crise inflacionária está intimamente ligado à contração de dívidas. No Brasil essa contração de dívidas tem longa data e veio se desenhando desde o período colonial, quando diversos exploradores requeriam da Coroa Portuguesa empréstimos para financiar suas atividades. Passando para a monarquia, temos o governo de Dom Pedro I inaugurado por uma dívida de dois milhões de libras esterlinas, usadas na “compra” efetiva de nossa independência.
No período republicano a questão inflacionária ganhou uma importância ainda maior, tendo em vista as novas condições da economia mundial. O Brasil, em