A importância do jornalismo na formação de opinião
“A televisão disfruta de um monopólio de facto, sobre o que vai nas cabeças de uma parte significativa da população e o que essas pessoas pensam.”
(Bourdieu, 1998; cit. in Kelly-Holmes, 2001, p.8)
Se é verdade o que afirma Bourdieu sobre a televisão e os seus efeitos na formulação de opiniões e pensamentos, o mesmo poder-se-á transpôr para os restantes meios de divulgação noticiosa/jornalística. Esta afirmação torna-se ainda mais pertinente se se tiver em conta a convergência das diversas formas de comunicação pública nos meios digitais. O carácter interdisciplinar da internet, no que respeita ao uso de texto, sons, imagens estáticas e em movimento, em combinação com a fácil acessibilidade e capacidade de feedback por parte do público propiciam este processo de influência ideológica.
Em contrapartida, este imediatismo crescente na transmissão de notícias, permitido pelos avanços tecnológicos, provoca, notoriamente, um diluir da qualidade dos produtos jornalísticos. Um trabalho que procurava outrora primar pela qualidade da informação, visa agora a rapidez de transmissão e o mediatismo, a fim de captar a atenção de público cada vez mais imerso num oceano de informação, provinda de praticamente qualquer ponto do planeta. O noticiar dos acontecimentos/assuntos esfuma-se no tempo e no espaço, na medida em que se noticia sem focos específicos que tragam reais benefícios aos destinatários e, por conseguinte, à sociedade.
Os jornalistas vêem-se confrontados e restringidos por estas e outras dificuldades e pressões, como por exemplo interesses políticos, empresariais e profissionais (Lopes, s/d. p.3) como se pretende demonstrar de seguida. Neste contexto, poder-se-á dizer que é este o jornalismo ideal para ajudar a formar a opinião pública? Cabe então lugar a esta reflexão acerca do papel dos media na sociedade contemporânea e, para isso, a abordagem de diversos conceitos inerentes à temática que abarca os meios de comunicação social, bem como