O Garimpeiro Moderno
Com a proximidade do verão se faz urgente tomar algumas providências como cortar grama da casa de praia, limpar e descartar objetos inservíveis. Foi o que fiz. Sacos grandes de lixo, tronco de bananeira e vasinhos com folhagens diversas ocuparam integralmente o porta malas do meu celtinha. Perguntei a outros moradores da redondeza onde eu poderia descartar aquele lixo e fui informado que há um lugar no Cassino especialmente projetado para este fim. -Que maravilha! -Pensei. Pois tanta gente, talvez por desconhecimento, joga lixo nos cômoros (ou combros, como muitos chamavam aquele montes de areia branca da beira da praia). Fui seguindo e perguntando, porque não é muito fácil chegar lá, a sinalização ainda deve estar sendo confeccionada.
Cheguei num imenso terreno com pilhas de material reciclável, um galpão que serve de sede para a associação e muitos avisos de proibido isso proibido aquilo. Fui indo e perguntando, cada um informando um trecho até que cheguei onde precisava chegar. Um lugar destinado a entulhos, restos de podas, galhos, móveis, utilidades e inutilidades diversas. Havia uma só pessoa no local, um senhor de chapéu à moda Indiana Jones, óculos bem escuros, botas, calças por dentro das botas e sua Bandeirante a Diesel ligada. Ele se aproximou e veio conversar comigo. Perguntou: -O que tem aí? E eu, assustado ainda com as placas de proibido isso proibido aquilo, disse-lhe que eram umas taquaras, restos de capim e plantas. O Suposto encarregado se aproximou mais um pouco e disse: - Que pena que estão com cupim, porque senão eu teria um destino pra elas. Pode colocar no terreno, junto dos outros galhos.
Neste momento me senti mais à vontade e agradeci, porque cheguei a pensar que era proibido colocar lixo no depósito de lixo, vai duvidar...
Comecei a descarregar meu carro tendo o cuidado de colocar junto com outros materiais semelhantes para manter a ordem que notei existir por ali. Enquanto trabalhava, conversei com o senhor que