Gêneros jornalísticos: a notícia
Jaime Brasil1 considera que "o profissionalismo da imprensa surgiu quando surgiram os grandes jornais de informação, populares, incolores, de que foi símbolo o 'Diário de Notícias'." Este jornal "criou o homem que vive só do jornal, que tem de lhe dedicar toda a sua actividade, que vive exclusivamente para o público, para o leitor, para a notícia – criou o repórter."
Antes daquela data, o periodismo estava infestado de amadores e de "certos 'intelectuais' do jornalismo". O domínio discursivo do jornalismo e a sua esfera de formação não estavam ainda fixados. A produção dos jornais assentava, em grande parte, no concurso de escritores e publicistas políticos, o que também influenciou os géneros textuais da época.
Decorridos quase 150 anos — um período reduzido nos quatro séculos de existência que têm os jornais —, o jornalismo está firmado como um domínio discursivo próprio. Uma especialidade em que confluem factores distintos, que lhe conferem uma expressão geral própria e, simultaneamente, as linguagens distintas de cada canal de comunicação.
O fenómeno do jornalismo caracteriza-se por um suporte (jornal, rádio, televisão, sítio Internet), uma instituição (o título do meio de comunicação social), com a respectiva formação discursiva (ideologia e cultura editorial) e os diferentes géneros jornalísticos (notícia, reportagem, entrevista, editorial, crítica, etc.), os quais utilizam diversas modalidades discursivas (tipos textuais).
A primeira grande fronteira é definida pela informação e pela opinião. Os géneros jornalísticos podem ser informativos ou opinativos. Há escolas de jornalismo que lhe acrescentam os géneros interpretativos e