A importância das organizações internacionais e os seus desequilíbrios.
As Organizações Internacionais (OIs) foram criadas como mecanismos para manutenção da paz garantida por intermédio da cooperação entre os Estados. São criações dos próprios Estados-Membros e o poder a elas conferido advém dos mesmos, os quais delegam parcela de poder com o objetivo de atingir interesses comuns. Portanto, as OIs permitem aos Estados a oportunidade de discutirem diversas questões (econômicas, humanitárias, políticas, entre outras) que movimentam o Sistema Internacional, segundo uma relação de confianças entre os mesmos.
Durante muitos anos, acreditava-se que a cooperação era algo utópico, pois não fazia sentindo cooperar, quando se perdia com esta. Um exemplo clássico da situação exposta acima é a obra narrada por Tucídides: A Guerra do Peloponeso, na qual se pode claramente observar que quando está em risco a perda de poder de um Estado, é muito melhor não existir a cooperação. Porém, observa-se uma progressão desta ideia de cooperação, após o conflito entre os dois blocos político-ideológico mais conhecido como o período da Guerra Fria. Após esse conflito, foi perceptível uma maior participação das OIs no Sistema Internacional, não apenas como um mecanismo para manutenção da paz, mas como um mecanismo dos Estados adquirirem poder.
A percepção da relevância das Organizações Internacionais representou uma quebra de paradigma. A corrente de pensamento realista, cujo “pai” foi Hans Morgenthau, pregava a ideia de que os únicos atores relevantes no Sistema Internacional eram os Estados. Neste contexto, as OIs eram ignoradas. Ademais, a concepção realista afirmava que uma forma de se alcançar a paz seria a guerra, o que claramente se contrapõe aos objetivos das OIs, que visam à paz e a segurança no Sistema Internacional. Com o fim da Guerra Fria, o processo de Globalização entre outras mudanças sofridas no meio internacional, diversos autores começaram a perceber, dentre outras