A imitação da rosa

O conto “A imitação da rosa” de Clarice Lispector narra a história de Laura, uma mulher aparentemente simples, com uma vida até então “normal”, que sempre se submetia às atividades domésticas e ao marido Armando. Como em grande parte das obras claricianas há uma epifania em determinado momento da trama, nessa a personagem entra em devaneio e em conflitos internos a partir do momento em que se depara com um ramalhete de rosas e decide dá-los de presente a sua amiga Carlota, daí em diante o devaneio se estende até um ponto de loucura. A personagem Laura tinha um gosto minucioso pelo método, ou seja, ela admirava a perfeição tanto do lar quanto de si mesma, então ela buscava essa “perfeição”, ou o mais próximo dela, em pequenas coisas que as deixavam longe do seu verdadeiro EU, na arrumação de sua casa que era totalmente impessoal e no jeito de se vestir, com seu vestido marrom e sua aparência singela.

Num determinado momento ela se espanta por ter esquecido de tomar seu copo de leite, no qual ela acreditava diminuir a ansiedade (ela o fazia todos os dias), uma “receita” dada pelo médico, que ao mesmo tempo, dizia para ela não se preocupar tanto com as coisas e deixar a vida continuar naturalmente. Para a personagem o fato de ter esquecido a fez se sentir culpada, por ter quebrado a rotina, logo, o dia se tornaria totalmente diferente dos outros.

Nesse dia Laura e Armando iriam jantar com Carlota e seu marido João. Mesmo Laura sabendo que os homens conversariam sobre as notícias nos jornais e que teria que buscar assuntos femininos com Carlota. Apesar de aparentemente ainda não ter uma boa impressão de sua amiga, Laura admirava Carlota e queria que a noite fosse perfeita, afinal elas não se viam a um bom tempo desde que voltou de uma internação, e recorda do jeito “extravagante” da amiga. Ela procura não se cansar para o jantar, então adormece na sala. Ao acordar ela se depara com um jarro de rosas, as quais