A ideologia alemã
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K. MARX F. ENGELS
A IDEOLOGIA ALEMÃ (FEUERBACH)
Tradução de José Carlos Bruni e Marco Aurélio
Nogueira 4ª edição Editora Hucitec, São Paulo,
1984
Os pressupostos de que partimos não são arbitrários, nem dogmas. São pressupostos reais de que não se pode fazer abstração a não ser na imaginação. São os indivíduos reais, sua ação e suas condições materiais de vida, tanto aquelas por eles já encontradas, como as produzidas por sua própria ação. Estes
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pressupostos são, pois, verificáveis por via puramente empírica. O primeiro pressuposto de toda história humana é naturalmente a existência de indivíduos humanos vivos.
* (Suprimido no manuscrito): O primeiro ato histórico destes indivíduos pelo qual se distinguem dos animais, não é o fato de pensar, mas o de produzir seus meios de vida.
O primeiro fato a constatar é, pois, a organização corporal destes indivíduos e, por meio disto, sua relação dada com o resto da natureza. Não podemos, evidentemente, fazer aqui um estudo da constituição física dos homens, nem das condições naturais já encontradas pelos homens - geológicas, oro- hidrográficas, climáticas e outras.**
** [Suprimido no manuscrito:] Estas relações condicionam não apenas a organização originária, natural, dos homens - especialmente suas diferenças raciais - como também seu desenvolvimento ou não-desenvolvimento ulterior até os dias de hoje.
Toda historiografia deve partir destes fundamentos naturais e de sua - modificação no curso dá história pela ação dos homens. Pode-se distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião ou por tudo que se queira. Mas eles próprios começam a se diferenciar dos animais tão logo começam a produzir seus meios de vida, passo este que é condicionado por sua organização corporal.
Produzindo seus meios de vida, os homens produzem, indiretamente, sua própria vida material. O modo