a Historia das ciências humanas
Resumo de Texto
Belo Horizonte, outubro de 2014
A HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS HUMANAS - PARTE I
Do Homem Ideal platônico ao Eu cartesiano: a imagem do sujeito para a ciência moderna
No século IV a. C. Platão idealizou um projeto inovador de humanização que almejava conceber uma proposta de formação ética do homem, através de uma pedagógica introjeção de valores “espirituais” (ethos) sobre os apetites dos instintos
(pathos). Ao investir neste persistente caminho da educação, da formação consciente do ser humano, Platão não se reportava absolutamente ao individualismo nem do que brotava da individualidade fortuita, mas do ser do homem como idéia. O desafio era, portanto, fazer este homem, desde a sua infância, descobrir dentro de si próprio as razões determinantes do pensamento e de sua conduta ética e política.
Dois mil anos depois, nos séculos XIV, XV e XVI, período de transição da Idade
Média para a era moderna, surgiram pensadores que retomariam as preocupações éticas dos autores clássicos. O processo de consolidação das ciências modernas e do sujeito do conhecimento foi, no entanto, se desviando das aspirações do homem renascentista. Em meio a revoluções científicas, o sujeito do conhecimento agora se volta para soluções pragmáticas face aos seus problemas sociais e metafísicos. Os novos estudos da ciência moderna fizeram surgir uma forma nova de individualismo pautada no Eu do Cogito, conhecida como o Eu cartesiano. A antiga antinomia “alma e corpo” se tornava, com
Descartes, a dicotomia entre mente e matéria. Neste contexto começava a se gestar a cultura do barroco, pautada nos traços de autonomia individual, sublimando a experiência mutável do homem, mas em igual medida sedenta por encontrar alguma estabilidade nas leis físicas e naturais.
A consolidação do pensamento científico, a partir dos séculos XVI e XVII foi o resultado de um longo processo histórico. As ciências