A guerra na rede
A semana passada marcou a passagem para um novo patamar na luta pela liberdade na rede. Por um lado, houve a maior ameaça de todas para a cultura digital, com a possibilidade de aprovação dos projetos Stop Online Piracy Act (SOPA) e PROTECT IP Act (PIPA) pelo Congresso americano. (Leia mais sobre o SOPA neste post.) Mas, por outro, a potência de resistência da rede se mostrou como nunca.
Na quarta-feira, dia 18 de janeiro, milhares de sites em todo mundo estiveram fora do ar para protestar contra essas proposições, liderados pela gigante Wikipedia. A mobilização resultou em milhões de emails de protesto sendo enviados para os congressistas que acabaram adiando a votação do projeto. Não se pode dizer que desistiram da ideia, mas sem dúvida perceberam que votar contra a liberdade da rede pode representar uma enorme perda de votos.
No dia seguinte, como numa retaliação, o FBI fechou o site Megaupload, um serviço de compartilhamento de arquivos, por onde circulavam filmes e músicas protegidos por direito autoral, mas também muito material livre, arquivos produzidos pelas próprias pessoas que tinham ali um meio de partilhá-los com seus amigos.
Em seguida, o grupo de ciberativistas Anonymous retirou do ar os sites da Motion Picture Association of America (MPAA), da Recording Industry Association of America (RIAA), do Departamento de Copyright da Casa Branca e até mesmo do FBI, entre outros, deixando evidente que o jogo de forças nesse conflito está longe de ser definido.
O interessante, a meu ver, é perceber como mudaram as armas de combate. Na guerra em rede, a resistência ao controle tem o poder de desestabilizar o sistema num novo paradigma no qual a inteligência, ou a potência cognitiva, pode rapidamente mudar o placar. O grande diferencial é que poder econômico não pode mais querer dar as regras sem ter que enfrentar a força dos que lutam para manter a Internet livre.
Tenho defendido que a livre circulação das informações e, portanto, da