A Guerra Inelutavel
Laiane Vieira1
Neste terceiro capítulo da obra “A Grande Guerra (1914-1918)” de Marc Ferro, publicada em dois mil e dois, temos as principais características que fizeram com que a Primeira Grande Guerra fosse inevitável.
Além do caráter patriótico e nacionalista que invadiu os espíritos combatentes, conforme vimos em outra ocasião, temos ainda o caráter imperialista. De acordo com Ferro, este caráter imperialista é revelado acima tudo pela composição das coligações. Estas também seriam responsáveis por explicar as causas da guerra. A lógica dessas alianças estava ligada tanto ao irregular desenvolvimento econômico das nações quanto às rivalidades que emanavam desse fato.
Com o decorrer dos séculos, algumas nações conseguiram garantir por certo tempo sua hegemonia na Europa. Podemos citar como exemplo a Espanha, a França e a Inglaterra. Contudo, com o advento da segunda Revolução Industrial este fato se transforma. Neste período as nações prosperarão tanto que nenhuma permitirá se submeter à outra.
Temos então o surgimento de novos sujeitos históricos com a figura belga, norte americana, russa, japonesa e claro, alemã. Esta ultima tentará se expandir tanto economicamente quanto territorialmente, porém teve que enfrentar dificuldades de um país em ascensão em um mundo já demarcado pelas primeiras potências industriais. É justamente esse crescimento econômico que despertará nesses grandes senhores o sentimento de rivalidade e guerra.
O rápido e surpreendente avanço pelo qual a Alemanha passara despertará na Inglaterra sentimentos de ameaça e rivalidade. Esta rivalidade será encarada publicamente entre os dois países. Devemos observar aqui o papel desempenhado pela imprensa alemã, que encorajará e dará ênfase a este entrave.
Embora a Alemanha tenha manifestado mais impaciência e agressividade em relação à Inglaterra, que assumira uma posição pacifista, aquela não acreditava que a Inglaterra exerceria participação em um conflito europeu.
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