Ralph Norman Angell Lane nasceu em 26 de dezembro de 1872 em Holbeach, Lincolnshire, na Inglaterra. Influenciado pelos irmãos, costumava ler textos de grandes pensadores como Spencer, Voltaire, Darwin, Huxley e Stuart Mill, obtendo na obra “Ensaio sobre a liberdade” uma importante influência intelectual para o desenvolvimento de suas próprias obras. Estudou em Londres, Paris e, por um curto período, na Universidade de Genebra. Após esse período, partiu para os Estados Unidos e passou a exercer diversas profissões, entre elas o jornalismo. Em 1898 voltou à Inglaterra e depois se instalou em Paris, onde se dedicou à profissão de jornalista, que favoreceu no progresso de suas análises quanto ao cenário mundial. Sua primeira obra, intitulada “Patriotism under three flags: A plea for rationalism in politics”, tinha como objetivo fornecer uma visão voltada para o papel das ideologias e que, dessa forma, se afastasse das interpretações materialistas. No entanto, seu nome passou a ser mais conhecido pela publicação da obra “A grande ilusão”. Nessa obra, Angell conseguiu estabelecer suas concepções como paradigmas de uma perspectiva idealista das relações internacionais, defendendo o fato de que a crença na guerra como forma de obter vantagens materiais era falaciosa. Desse modo, afirmava: “Meu objetivo não é provar que a guerra é impossível, mas que é inútil...”; E para isso desenvolveu analogias, exemplos reais e argumentos que, por mais que não fossem relacionados aos pacifistas, contribuíram inevitavelmente para relacioná-lo a esses atores da época. Na primeira parte do livro, Angell baseia o desenvolvimento de suas ideias na relação conflituosa entre a Inglaterra e a Alemanha no século XIX. O aspecto da guerra defendido pelos autores realistas, que se baseiam na relação entre as leis naturais e os aspectos conflituosos intrinsecamente estabelecidos no indivíduo e no sistema internacional, é analisado, por Angell, através do fator econômico. O fato dos