Em 1910, publicou a obra “A Grande Ilusão”, na qual ele põe em cheque uma das mais antigas tradições do homem: a guerra. Na obra, ele criticou as políticas do período, onde as ideias de nacional-militarismo e o equilíbrio do sistema internacional através da corrida armamentista e o equilíbrio de poder² eram predominantes. Dentro deste contexto, criticou diretamente as ideias de pensadores da época, como Frederick Harrison, o qual ele cita em sua obra. A ideia principal do seu terceiro capítulo, sobre o qual dissertarei aqui e que leva o mesmo nome do livro, é de que o comércio internacional seria afetado pela guerra entre os Estados do sistema internacional prejudicando todos os envolvidos, inclusive os “conquistadores”. Segundo ele, a ideia de que a conquista territorial trará bem-estar, riqueza e prosperidade à nação conquistadora é uma falácia, uma ilusão de ótica, e que esse pensamento é uma ameaça à civilização. É uma ilusão porque, segundo ele, as despesas que um Estado contrai ao empreender uma política imperialista sobre outro Estado, e, posteriormente, com a manutenção do território excedem os ganhos e supostos “lucros” que obter-se-iam. Ora, para o inglês, é impraticável uma nação destruir ou prejudicar permanentemente o comércio de outra nação, pois estaria prejudicando o seu próprio³. Por razões semelhantes, a imposição de tributos e a cobrança de indenizações altas são inviáveis economicamente, pois, prejudicando uma das partes, prejudicar-se-iam os dois. Assim, um invasor só aceitaria tal prejuízo com o fim de punir o inimigo com prejuízo semelhante por possíveis questões de ressentimento e revanchismo. Angell afirma que é impossível apossar-se do comércio exterior de outro país por meios militares. Não se pode eliminar a competição, mesmo a de um Estado anexado. Pelo contrário, a competição só aumentaria, uma vez que a nação conquistada passaria a fazer parte do regime aduaneiro do conquistador, eliminando barreiras alfandegárias e,