A Grande Estratégia dos EUA
Leonam dos Santos Guimarães
Doutor em Engenharia, é Diretor Técnico-Comercial da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (AMAZUL) e membro do Standing Advisory Group on Nuclear Energy (SAGNE) da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). email: leosg@uol.com.br
RESUMO
A Grande Estratégia não é algo particular aos EUA. A diferença está no fato de que talvez esse país tenha sido aquele que colocou seus legítimos objetivos com máxima amplitude e os perseguiu ininterruptamente desde o final do século XVIII, tendo-os alcançado plenamente ao final do século XX. O desafio que se coloca para os EUA no século XXI é manter o que foi conquistado, impedindo o surgimento de ameaças que possam vir a desafiar os objetivos realizados. Muito se teoriza sobre um suposto “declínio do império americano”. A experiência histórica mostra, entretanto, que a continuidade e resiliência dos EUA na busca de seus objetivos, o atual sempre complementando e consolidando o anterior, torna essa possibilidade distante no tempo. Vivemos, entretanto, num mundo de incertezas que nos colocam enormes desafios globais. A resposta da Grande Estratégia dos países a esses desafios, em especial dos EUA, como inconteste hegemon, determinará o futuro que será construído pelas atuais gerações.
O conceito de Grande Estratégia
"A guerra! É uma coisa demasiado grave para ser confiada aos militares”. Esta conhecida frase do estadista francês, Primeiro-Ministro logo após a 1ª Guerra Mundial, Georges Clemenceau1 está na origem do conceito da Grande Estratégia. Esse conceito engloba o gerenciamento dos recursos de uma nação inteira para atingir os objetivos nacionais. Não se trata, portanto, apenas de derrotar um adversário no campo de batalha, mas de como os assuntos militares contribuem para que os objetivos nacionais sejam atingidos.
“Generally defined, grand strategy is the collection of plans and policies by which the leadership mobilizes and deploys the country’s