A gramática da política
Capítulo 2: Tipos de capitalismo, instituições e ação social. Edson Nunes O texto apresenta quatro principais gramáticas que definem as relações entre Estado e sociedade no Brasil. Entre eles estão: o clientelismo, o universalismo de procedimentos, o insulamento burocrático e o corporativismo. As instituições formais e os grupos sociais podem operar seguindo uma ou mais dessas gramáticas. De acordo com o texto no que tange o capitalismo, este geralmente é entendido como um modo de produção em que estão nas mãos da burguesia a propriedade e o controle dos meios de produção. Este modo de produção requer um mercado de trabalho livre e os proprietários dos meios de produção compram no mercado a quantia necessária de trabalho para a produção de bens. O capitalismo moderno possui uma complexa sociedade, nela a dinâmica da estratificação da estrutura de classes deixa espaço para uma multiplicidade de grupos de interesses. A situação de classe no capitalismo moderno não constitui uma base suficiente para o conflito político e a ação coletiva. Alguns autores acreditam que o liberalismo é o companheiro político mais apropriado ao capitalismo moderno porque classe e cidadania são entidades constituídas como antagônicas que o liberalismo tenta reconciliar por meio do “domínio público”. Neste caso, o domínio público, se constitui como um espaço abstrato onde as contradições entre a lógica da produção do capitalismo e as demandas da sociedade são reconciliadas. Ele é regulado por normas e instituições baseadas no universalismo de procedimentos, ou seja, essas normas podem ser formalmente utilizadas por todos os indivíduos ou a eles aplicadas, ao elegerem os representantes políticos, “protegerem-se contra abusos de poder pelo Estado, testarem o poder das instituições formais e fazerem demandas ao Estado”. (pag. 23) Deve-se ressaltar, porém, que o universalismo de procedimentos por si só não garante a democracia, mas é um dos seus