A Globalização do Crime
O fenômeno da globalização reflete em setores que vão além da economia mundial, passando, inclusive, por atividades ilícitas. A avaliação foi feita pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, ao falar sobre o treinamento policial unificado entre países da América do Sul e África para reduzir o tráfico de drogas para o continente europeu.
“A movimentação de pessoas hoje esta facilitada no mundo, as barreiras e fronteiras foram minimizadas . . .”
Agentes e peritos de países africanos como Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Além de nações sul-americanas como Bolívia, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai começaram a ser treinados pela PF brasileira, em parceria com o Escritório das nações Unidas Contra Drogas e Crime (Unodc).
. . . O curso tem a duração de quatro meses e meio e tem como objetivo reduzir a rota de tráfico das drogas que saem da América do Sul rumo à Europa, passando por países do continente africano.
. . . Segundo o Relatório mundial sobre Drogas, publicado pelo Unodc em 2007, os países mais citados na rota da cocaína que sai da América do Sul para a Europa e que passa pela África são Brasil, Peru e Venezuela. Dados apontam ainda que um quarto de toda a cocaína consumida na Europa chega ao continente por meio de países africanos.
Desde 2005, cerca de 33 toneladas de cocaína foram apreendidas no oeste da África. A cocaína é contrabandeada por um valor estimado em quase US$ 2 bilhões.
Nos últimos anos, o mundo foi colocado diante de uma realidade nova: os sindicatos do crime ultrapassaram as fronteiras geográficas dos países, com o objetivo de obter maiores resultados nas operações delituosas e para assegurar proteção e impunidade a seus agentes. Essa mudança de comportamento decorreu da multiplicação do fluxo de mercadorias, serviços e pessoas entre os países, em consequência do aprofundamento do processo de globalização.
A globalização abriu portas para o crescimento de