Globalização do crime
O recado foi dado pelos especialistas que debateram o tema "Crime organizado e terrorismo: perspectivas nacionais e internacionais" nesta quarta-feira (28/11), no Seminário Internacional sobre o Crime Organizado, na Universidade de São Paulo (USP).
O evento foi realizado pelo Centro de Estudos da Violência da USP, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP, também conhecido como Núcleo de Estudos da Violência (NEV).
De acordo com Louise Shelley, diretora do Centro de Terrorismo, Crime Transnacional e Corrupção da Universidade Mason, nos Estados Unidos, os pesquisadores da área começam a se articular internacionalmente.
"Os criminosos estão na vanguarda da globalização e suas atividades são cada vez mais transnacionais. Por isso, é fundamental que as pesquisas tenham um enfoque internacional. O intercâmbio científico está aumentando, como mostra este próprio evento", disse Louise à Agência FAPESP.
A pesquisadora atuou em uma série de pesquisas comparativas sobre o crime organizado na década de 1990, abrangendo a Rússia e outras antigas repúblicas soviéticas, alguns países africanos, China, Japão, Tailândia, Itália, México, Colômbia e Brasil.
"Um dos fatores que chamam a atenção é que o uso da violência varia em cada sociedade. Em algumas áreas, como a China, o crime organizado é mais um negócio do que um conflito civil, por isso a violência é mais focada. Na Itália, a violência também tem foco: os criminosos atacam juízes e promotores. Já no México, há execução de famílias inteiras", afirmou.
Segundo Louise, em locais como a Colômbia e países da África as atividades criminosas estão centradas em drogas. No Brasil, na Rússia e nos Estados Unidos há uma