A força das afinidades: estudo sobre a politização do campo educacional brasileiro
O texto traz uma visão bourdieusiana da analise da estrutura do campo educacional e os jogos simbólicos nele presentes durante os anos de 1978 a 1986. A escolha de tal período, para estudo, deu-se em razão das intensas atividades políticas ocorridas nas universidades, como greves e manifestações.
Certos conflitos da sociedade são retraduzidos dentro do campo educacional, no período abordado pode-se elucidar a luta contra a ditadura, pela anistia e por liberdades democráticas, a transição democrática nos anos 80, a alta inflacionaria, os movimentos sindicais do período, entre outras.
Os autores mencionados nesse estudo devem ser considerados como estudiosos críticos de hipóteses cujas tomadas de posição, simultaneamente teóricas e práticas, pedagógicas e políticas, correspondem a posições objetivas desse espaço de produção simbólica.
“campo educacional retraduz os conflitos latentes ou abertos de toda a sociedade. Descobrir os processos mediante os quais os campos retraduzem as lutas sociais é uma forma de apreender a autonomia desses, logo, os graus de liberdade usufruídos pelos agentes e, ao mesmo tempo, as coações estruturais invisíveis que pesam sobre eles num determinado período histórico.” “o campo educacional possui suas próprias normas, valores, interesses, instituições, hierarquias de legitimidade e critérios de divisão social” “Porém a politização é inteligível não pela “ relação dialética da educação coma totalidade social”, redução ao contexto preconizada pelo marxismo, mas a partir da análise da estrutura objetiva – campo educacional- formada por agente e instituições, simultaneamente parceiros e adversários, dos móveis construídos e disputados e das estratégias acionadas.”
A politização do espaço acadêmico
Durante a década de 80, diversas áreas acadêmicas no Brasil passaram por fortes fases de politização, sendo que esta politização pode ser observada