A formação de educadores
A educação inclusiva na educação de surdos no final do século passado apresentava a oralidade como fundamentação pedagógica, não existia a figura do intérprete em sala de aula e os surdos eram discriminados e marginalizados pela grande maioria das pessoas justamente por não saberem como lidar com esta especificidade.
Os saberes docentes eram baseados na criatividade e na sensibilidade pessoal e quem deteve este conhecimento, se mantinha manipulador das tendências pedagógicas.
Uma alternativa para esse impasse entre os saberes empíricos e científicos surgiu com a universalização da Libras e a sua oficialização nos cursos de formação de professores. As Universidades receberam a responsabilidade de transpor estes modelos. Contudo, não existem profissionais qualificados para este fim. Não houve formação ao longo da história. Os recursos humanos são insuficientes e inoperantes para atender ao mercado.
Eis o dilema: não existem surdos (qualificados para o ensino superior) para a educação de surdos. São muitas dificuldades por falta de surdos nos cursos universitários e de pós-graduação, pela falta de adequação curricular, muitos desistiram por não conseguirem romper coma barreira de formalização de conhecimentos. A responsabilidade do ensino vai permanecer por muito tempo na mão do ouvinte segundo o modelo de educação vigente no país, a formação de professores ouvintes fluentes em Libras, até que um dia o surdo possa assumir de fato seu papel e condição social, rompendo com paradigmas e conceitos preestabelecidos dentro da sociedade de exclusão da qual infelizmente ainda fazemos