A formação das almas. o imaginário da república no brasil
Almas. O imaginário da República no Brasil. São
Paulo, Companhia das Letras, 1990.pag.129-140.
Constitui, sem duvida, o grupo mais ativo, mais beligerante, no que diz respeito à tentativa de tornar a Republica um regime não são aceito como também amado pela população. Suas armas foram a palavra escrita e os símbolos cívicos.Por eles e com eles lutaram com dedicação apostólica(seus inimigos diriam com obsessão de fanáticos).Dai merecem atenção especial.(Pag.:129)
A influência de Saint-Simon, dos elementos utópicos de seu pensamento, não deveria ser alheia a esta tendência que se manifestava, sobretudo nas visões grandiosas de Comte sobre a evolução da humanidade e, talvez, já na ambição de substituir a utopia católica da Idade Media pela utopia leiga da Idade Positiva. (Pag.: 130)
Os santos de nova religião eram os grandes homens da humanidade, os rituais eram festas cívicas, a teologia era sua filosofia e sua política, os novos sacerdotes eram os positivistas. (Pag.:130)
A virgem católica, alegoria da Igreja, tornou-se no positivismo a Virgem-Mae, alegoria da humanidade. (Pag.:130)
O dogma da superioridade do sentimento e do amor sobre a razão e a atividade aplicava-se também as raças e as culturas. A raça negra seria superior a branca por se caracterizar,como as mulheres ,pelo predomínio do sentimento,ao passo que a raça branca era marcada pela razão.(Pag.:131)
Tendo-se afastado de Saint-Simon por criticar nele a tendência a construir uma parodia do catolicismo, Comte acabou por fazer exatamente isso. O volume IV do System de polique positive dedica-se a descrever o novo culto.(Pag.:131)
Segundo a estética positivista, a imaginação artística deve ter por inspiração o sentimento, por base a razão, e por fim a ação. Isso significa que ela não poderia afastar-se da realidade definida pela ciência,ao mesmo tempo em que deveria buscar afetar a política,mediante a idealização dos valores e das pessoas