A forma interna do romance
O romance em si só se deixa sistematizar abstratamente, a única forma possível de totalidade fechada após o desaparecimento definitivo da organicidade pode ser apenas um sistema de conceitos deduzidos e que, portanto, em seu caráter imediato, não entra em apreço na configuração estética.
Na acepção hegeliana, os elementos do romance são inteiramente abstratos. Abstrato seria a aspiração do homem imbída da perfeição utópica, que só sente a si mesma e a seus desejos como realidade verdadeira, é a existência de estruturas que repousam somente na afetividade e na força do se existe, seria a intenção configuradora que permite substituir, sem ser superada.
O romance é a forma da virilidade madura, em contraposição à puerilidade normativa da epopéia; a forma do drama, à margem da vida, situa-se além das idades humanas, mesmo se compreendidas como categorias apriorísticas, como estágios normativos. O romance é a forma da virilidade madura: isso significa que a completude de seu mundo, sob a perspectiva objetiva, é uma imperfeição, e em termos da experiência subjetiva uma resignação.
A arte em relação à vida é sempre um apesar de tudo; a criação de formas é a mais profunda confirmação que se pode pensar da existência da dissonância. Em todas as outras formas, inclusive na epopéia, por razões óbvias, essa afirmação é algo anterior à figuração, enquanto no romance ela é a própria forma.
A ética é um pressuposto puramente formal que, por sua profundidade, torna possível um avanço até a essência formalmente condicionada. No romance a intenção, a ética, é visível na configuração de cada detalhe constitui, portanto, em seu conteúdo mais concreto, um elemento estrutural eficaz da própria composição literária. Assim o romance aparece como um processo, e por isso ele é a forma artisticamente mais ameaçada.
O romance possui uma caricatura que lhe é quase idêntica em todos os aspectos inessenciais da forma, as características exteriores do romance,