a filosofia das luzes
Iluminismo – Critica à autoridade política e religiosa, pela afirmação da liberdade e pela confiança na Razão e no progresso da ciência, como meios de atingir a felicidade humana. A crença no valor da Razão humana como motor de progresso rapidamente chegou ao campo científico para se aplicar à reflexão sobre o funcionamento das sociedades em geral. Acreditava-se que o uso da Razão, livre de preconceitos e outros constrangimentos, conduziria ao aperfeiçoamento moral do Homem, das relações sociais e das formas de poder político, promovendo a igualdade e a justiça. A Razão seria a luz que guiaria a Humanidade. Esta metáfora evoca uma espécie de saída das trevas. O espírito e a filosofia das Luzes são fundamentalmente burgueses: exprimem as aspirações de um grupo social que, apesar de controlar o grande comércio, de investir na banca, de criar novas formas de exploração agrícola e de promover a mecanização industrial, se via apartado da vida política dos Estados em benefício de uma nobreza ociosa, e incapaz. Estabeleceu-se um princípio de igualdade que punha em causa a ordem estabelecida favorecendo a convicção de que, pelo simples facto de serem homens, todos os indivíduos possuem determinados direitos e deveres que lhes são conferidos pela Natureza. John Locke, já tinha defendido direitos como: direito à liberdade, o direito a um julgamento justo, o direito à posse de bens, e o direito à liberdade de consciência; contudo, não foi ouvido, e só nesta altura, no Iluminismo, é que tais direitos foram postos em prática. Ao proclamarem os direitos naturais do Homem, os pensadores iluministas combatiam a ‘’razão de Estado’’. Contrapunham-lhe o valor próprio do individuo que, como ser humano, tinha o direito de ver respeitada a sua dignidade. Decorrente deste direito natural, estabeleceu-se também uma moral natural e racional, independente dos preceitos religiosos. Baseada na tolerância, na generosidade e no cumprimento dos deveres naturais,