PANACEIA E FILOSOFIA

PAIDEA E FILOSOFIA NO SÉCULO DAS LUZES
RESUMO

O objetivo de Sébastien Charles em seu trabalho intitulado Paidea e Filosofia no século das luzes não é criticar uma fórmula inábil de Rousseau, antes compreender porque educar, no século das Luzes, é, antes de tudo, tarefa de filósofo. Então, se educar é tão importante no século das Luzes é porque os filósofos sabem, após Descartes, que os preconceitos se enraízam nas primeiras épocas da vida, quando a razão não está ainda formada para contrariá-los.
Se os preconceitos se transmitem pela educação, não será necessário trabalhar somente com as crianças, mas também com seus pais e seus preceptores, pois, o círculo vicioso da ignorância só pode ser vencido na sua própria fonte. Duas posições se apresentam então para enfrentar tal negligência: a dos preceptores privados, que é a via escolhida pela maioria, dentre os quais Crousaz e Rousseau; ou uma reforma profunda, e que passa pela subversão da dogmática das Escolas, escolha que Jean-Baptiste Louis Créver, todos buscam modificar a relação de autoridade inscrita no coração mesmo do processo educativo que repousa tanto sobre a força física quanto psíquica. É recomendado aos preceptores serem exemplo de virtude e não padrão de autoridade. No nível da instrução pública, um verdadeiro desejo de reforma anima os que se interessam pela educação. Todos consideram que as Escolas, senão inúteis, são ao menos perigosas posto que não preparam os que delas saem para o mundo do salão, onde sua pretensa erudição não é senão o mais vão dos saberes. É preciso se endereçar tanto à alma quanto ao corpo posto que “um corpo bem constituído se presta às operações da alma e uma alma bem regrada facilita as funções do corpo". Quanto aos estudos propostos, eles devem ser direcionados ao que as crianças podem saber em função de sua idade e do seu gênio natural. A educação pública deve ser dada a todos posto que os talentos naturais